domingo, 24 de outubro de 2010

A competência de educar é de quem?

Educar é um processo longo e seu resultado, seja ele positivo ou negativo, também demora um bom tempo para aparecer. Assim sendo, hoje podemos avaliar mediante os resultados que temos claramente evidenciado no dia a dia, que a educação não está acontecendo de forma correta seja ela dentro de casa no convívio familiar, seja na escola. Como vivemos no tempo do imediatismo, percebemos que a educação, por ser um processo longo, está perdendo as suas características principais e tudo está sendo feito de qualquer jeito. Há o jogo do empurra, empurra onde a família diz que a educação é responsabilidade da escola e a escola diz que os pais não estão cumprindo com o seu papel de educar. Com esta discussão para saber à quem cabe o papel de educar, as crianças estão crescendo sem qualquer orientação, fazendo tudo o que querem e achando que são os donos do mundo. Temos urgentemente que reestruturar os conceitos de formação de cidadãos a qual fique bem definido qual é o papel da família e qual é o papel da escola, embora saibamos que os dois têm que educar, porém cada um na sua área.

Quando se fala que família e escola têm que caminhar juntas não se quer dizer que uma vai desempenhar o papel da outra e sim que uma vai auxiliar e completar a outra.

A família quando educa seu filho transmite a ele seus valores e conceitos podendo cobrar dele atitudes dentro do que lhes foi ensinado. A escola ao ocupar o lugar da família tentará transmitir valores e conceitos de uma maneira coletiva.A criança em formação não sabe distinguir qual é a maneira certa e sim qual é a maneira mais fácil. Se em casa tudo é permitido ele avança; se na escola existem regras e estas são praticadas ele as cumpre. Reclama, mas cumpre.

Afinal que cidadãos teremos no futuro com este tipo de comportamento?

O certo e o errado não existem para ele e sim o aproveitar a oportunidade. “Se na minha casa eu posso fazer o que na escola é proibido, eu vou aproveitar a minha casa e agir como eu quero”.

Será que é este tipo de pessoa que queremos formar?

O psiquiatra e escritor Içami Tiba, fala em sua entrevista sobre a falta de limites que está levando gerações inteiras à falta de cidadania.

Sugestão de Leitura – Quem Ama, Educa! Içami Tiba.

Há também Quem Ama, Educa! para Adolescentes.
Reflita sobre este tema e deixe aqui a sua opinião. Todos nós que estamos envolvidos neste processo de Educar temos que partilhar nossas experiências.

Texto extraído do Blog EducaJá

Será que os pais têm consciência do quanto influenciam os filhos na construção de sua identidade?

Esta, com certeza, é uma questão que requer muitas reflexões, se não para obtenção de respostas, ao menos para propiciar o debate entre família e escola. A construção de identidade da criança acontece a partir da qualidade da vida afetiva que será construída ao longo dos seus primeiros anos de vida, e, neste momento, a mediação da família é fundamental para que o filho desenvolva habilidades e para que possa, ao longo do seu desenvolvimento, ser mais competente em suas escolhas.
São inúmeras as influências para a formação de uma criança, por este motivo pais e escola devem caminhar juntos na tarefa de transmitir valores necessários para esta formação. No entanto, parece natural que os pais se ocupem disso, e é importante salientar que a escola também é corresponsável por esta orientação e formação, mas, nos últimos tempos, vem ampliando seu papel ao lidar com o resultado direto do que a família produz nos filhos. Como nos dia de hoje a criança permanece muito tempo na escola, o investimento em cada filho está cada vez maior, havendo, inclusive, uma inversão de valores, e a criança aprende desde cedo a ter seus desejos satisfeitos. Se a família ceder ao individualismo e cortar os vínculos estáveis com os filhos, ela produzirá cada vez mais egos inseguros.
A atitude dos pais na criação de seus filhos são aspectos que interferem, de forma positiva ou negativa, no seu desenvolvimento. Se a função da família é transmitir valores, afeto, segurança e proporcionar condições para o bom desenvolvimento e construção da autonomia da criança, é necessário que ela seja construtiva, pois a infância é direito de todos, e nesse sentido eles precisam de amparo, cuidados e educação.

Texto da pedagoga Claudia Roberta Monteiro Silva enviado ao Jornal Virtual. Claudia ainda é psicopedagoga institucional e clínica e mestranda em Ciências da Educação.