Memorial Educacional




“A educação faz um povo fácil de ser liderado, mas difícil de ser dirigido; fácil de ser governado, mas impossível de ser escravizado.” (Henry Peter)
 

Apesar de gostar do Magistério, só iniciei minha trajetória profissional aos 27 anos, quando tive a oportunidade fazer o curso de Pedagogia.
Fiz o curso Técnico em Contabilidade, apenas como forma de conclui o ensino médio. Pois o curso de Magistério era diurno e eu trabalhava. A única universidade pública que tinha na cidade, os cursos na área de educação também eram diurnos, e na época não tinha instituição privada no município que proporcionasse o curso de pedagogia.
No ano de 2005, ingressei no curso de Pedagogia nas Séries Iniciais do Ensino Fundamental. No mesmo ano comecei a estagiar, por um período de três meses, com uma turma de Alfabetização, em uma escola municipal de um bairro periférico, conhecido como um dos maiores pontos de venda drogas da cidade. Ali, tive a certeza de que eu era apaixonada pela educação. Nessa mesma escola fui contratada para trabalhar por dois anos com turmas de educação infantil e 1ª série do ensino fundamental 1.
Naquela localidade aprendi muito com o exercício do magistério, o que me fez crescer muito profissionalmente. Descobri que mesmo morando no bairro, não conhecia a história, a realidade daquele povo. Percebi então que, os alunos eram carentes no sentido afetivo, econômico e cultural. Eram de famílias, em geral, disfuncionais, onde havia casos de crianças que moravam somente com a mãe, pois o pai abandonou a família. Outras iam à escola apenas para comer, visto que a alimentação em casa não era suficiente ou não tinha. Ou, ainda, existiam crianças que freqüentavam a escola somente para receber o auxílio bolsa-escola, que o governo oferecia com a condição de que essas crianças tivessem uma freqüência assídua na escola. O dia-a-dia dos alunos em sala de aula era bastante diferenciado, em conseqüência desses desajustes citados anteriormente.
Apesar de tudo, via nos olhos de cada um a esperança. Assim, passei a buscar cada vez mais conhecer a comunidade e compreender seu modo vida, para colaborar de maneira significativa, não só na vida das crianças, mas também na vida de seus responsáveis.
Então, compreendi e internalizei a reflexão de Maruny Curto (2000, p. 68):
Aprender é ampliar as fronteiras do pensamento.
Ensinar não é apenas transmitir informações a um ouvinte. É ajudá-lo a transformar suas idéias. Para isso, é preciso conhecê-lo, escutá-lo atentamente, compreender seu ponto de vista e escolher a ajuda certa de que necessita para avançar: nem mais, nem menos.

No mês de agosto de 2007, fui convidada para trabalhar com uma turma de 2ª série, em uma escola particular, esta unidade de ensino estava trocando de professora pela terceira vez. De acordo com relato de colegas e direção da escola, o trabalho que ali executei foi avaliado e considerado muito bom. Foi mais um aprendizado significativo para a minha vida profissional.
Devido ao meu compromisso com a educação e o trabalho ali realizado, seria contratada para trabalhar na escola no ano seguinte, quando surgiu um processo seletivo para o Conselho Tutelar da cidade. Participei do processo seletivo e fui aprovada iniciando meu mandato no mês de janeiro de 2008 e término previsto para janeiro de 2011.
O trabalho no Conselho Tutelar me faz crescer tanto na vida profissional como pessoal. Além atuar como Conselheira Tutelar, fiquei um período coordenadora na instituição. Participei também de cursos como o PEAS – Programa de Educação Afetivo Sexual, no qual aprendi a desconstruir para reconstruir conceitos sobre a adolescência e me empoderei de conhecimentos para, a partir de então, trabalhar com adolescentes tendo um olhar diferenciado e cuidadoso; Gestão de Políticas Públicas, que teve como objetivo capacitar gestores de políticas públicas na perspectiva de consolidação de capacidades e habilidades de reflexão analítica e sintética relacionadas com o planejamento, implementação e avaliação, como também, desenvolver estudos e pesquisas que favoreçam um maior e melhor conhecimento dos processos e produtos da gestão de políticas públicas; Prevenção ao uso indevido de droga, que objetivou capacitar Conselheiros Comunitários Municipais de todo o Brasil para atuar em rede na prevenção à violência e ao uso indevido de drogas. Tudo isso faz com que a minha atuação seja consciente e responsável.
“Enquanto um direito formal não se transforma em direito reconhecido e intersubjetivamente compartilhado, tem-se de lutar por ele, com as armas que a universidade pode dar: consciência e conhecimento.” (MELLO, 1999).
Durante o curso de Gestão de Políticas Públicas, estudei uma disciplina pela qual fiquei encantada: Gestão de Pessoas. A partir daí, passei a procurar uma pós-graduação na área, a qual estou cursando pela Faculdade do Noroeste de Minas (FINOM) - Instituto Pró-Saber, na modalidade a distância.
Portanto, estou sempre em busca de novos conhecimentos aproveitando cada oportunidade que vida me apresenta, sempre compartilhando o que aprendi, sendo mediador e multiplicador de conhecimentos para poder contribuir com uma sociedade mais justa e igualitária.