sexta-feira, 18 de setembro de 2009

O papel do educador diante da agressividade, violência e comportamento anti-social

Christiane D’Angelo Fernandes e Maria Fernanda Souza*

O papel do educador vem passando por um intenso processo de modificação nas últimas décadas, reflexo de constantes mudanças na sociedade, gerando novos desafios, demandas, instrumentos facilitadores e também inúmeros obstáculos. Um dos principais desafios encontrados pelo educador está no comportamento do aluno. De atitudes inadequadas a conflitos diretos com colegas de classe e professores, surgem algumas das maiores preocupações vivenciadas pela escola atualmente.
Problemas no estabelecimento e na manutenção da disciplina, aumento de atitudes agressivas, atos violentos, transgressão de regras, violação dos direitos alheios, entre outras manifestações anti-sociais no ambiente escolar, evidenciam importantes desajustes na relação educador/aluno. O educador diante de tal situação necessita conhecer as causas e conseqüências destes problemas para, então, buscar soluções e evitar o agravamento e a disseminação deste padrão de comportamento, passando do âmbito individual para o coletivo.

O que eu, professor, devo fazer?

· Procure motivar o aluno pela busca do Saber;

· Evite confronto com a criança ou adolescente;

· Promova o diálogo e valorize os esforços e conquistas do aluno;

· Promova também uma reflexão entre os alunos sobre questões que envolvam comportamentos e conflitos;

· Não se esqueça da importância do seu papel como educador: você pode ser o agente transformador no desenvolvimento de seus alunos.

Diversas são as causas destes problemas, entre elas: frágeis referências morais, distorção de valores, questões familiares (dificuldades no estabelecimento de limites, regras, dinâmica familiar comprometida, violência doméstica etc.), problemas culturais, barreiras sócio-econômicas, conflitos emocionais do próprio educando, problemas de saúde mental do educando e/ou de familiares, comprometimento cognitivo ou dificuldades de aprendizagem.
Os problemas de saúde mental, cognitivos e de aprendizagem pouco são considerados como causas efetivas de comportamentos agressivos, mas sua interferência no padrão de comportamento de crianças e adolescentes vem sendo cada vez mais evidenciada por profissionais de saúde mental.
As dificuldades do aluno não são o único fator gerador de tais problemas. As condições emocionais e profissionais do educador também interferem no agravamento ou possibilitam a diluição dos problemas citados. Outro fator relevante é a ausência ou insuficiência de infra-estrutura e de recursos materiais, sociais e educacionais necessários para o pleno desenvolvimento do processo educativo. Recursos estes que deveriam ser garantidos pelo sistema educacional.
As conseqüências geradas são incalculáveis. O enfraquecimento da relação aluno/ educador, falhas no processo educativo, perda do referencial de autoridade no ambiente escolar e o inquestionável agravamento das barreiras encontradas por todos os envolvidos neste processo são apenas as mais evidentes. Tal é a gravidade destes problemas que estas conseqüências não se limitam ao ambiente escolar, mas se traduzem em sérios reflexos sociais.
Diante da multiplicidade de causas e conseqüências, seria insensato falar em soluções “mágicas”, especialmente a curto ou médio prazos. O que deve ser buscado gradualmente é a identificação dos fatores causais, o fortalecimento dos agentes implicados em todo o processo, a ampliação dos espaços e possibilidades de reflexão e discussão, buscando a melhoria das condições de ensino.


As “armas” do professor

Na prática, o educador dispõe de alguns recursos importantes. O fortalecimento emocional e profissional garantem melhores possibilidades em sua atuação diária. Seu auto-conhecimento promoverá um melhor controle de situações de conflito. Neste processo, uma importante estratégia é a de potencializar sua capacidade em motivar seu aluno e despertar seu interesse pela busca do saber, oferecendo novas possibilidades de adquirir conhecimento e superar barreiras.
Evitar o confronto direto com o aluno é fundamental para preservar qualquer possibilidade de reestruturação de um relacionamento já comprometido. Para isto, é importante que o educador perceba que a manifestação agressiva, em geral, não tem como causa o próprio educador ou qualquer divergência pessoal por parte do aluno, mas é um reflexo das barreiras encontradas por este em seu desenvolvimento emocional, cognitivo e social.

Outra importante solução é a adoção de políticas públicas que fortaleçam e desenvolvam a atuação do educador

Ajudar o aluno a potencializar seus recursos internos, valorizar qualquer possibilidade de esforço ou conquista, promover o diálogo e buscar ajuda externa, quando a situação demonstra sinais de agravamento, são algumas das ferramentas que o educador dispõe. Além disso, o professor pode gerar uma reflexão entre os alunos sobre as questões que envolvem comportamentos, conflitos e atitudes inadequadas, possibilitando o envolvimento dos jovens na construção de soluções. Faz parte da missão do educador e da instituição de ensino garantir às possíveis vítimas de atitudes agressivas o suporte necessário para a solução de problemas.
Outra importante solução é a adoção de políticas públicas que fortaleçam e desenvolvam a atuação do educador e ofereçam melhores condições de ensino e de vivência no ambiente escolar, visando a diminuição do descompasso existente entre a vivência contemporânea e a realidade vivenciada em sala de aula.
Muito há que se pensar sobre soluções e caminhos para que o ambiente escolar possa realmente oferecer a alunos e profissionais as condições adequadas para o pleno desenvolvimento do processo educativo. Um ponto deve ser fortemente valorizado e explorado: a importância do papel do educador, não apenas diante de comportamentos inadequados, como também diante da possibilidade de tornar-se um agente transformador no desenvolvimento de seu aluno.
Tal importância foi claramente evidenciada pelo professor e psicopedagogo Celso Antunes no texto “O sagrado e o profano na missão do professor”, que diz: ”a certeza de que possui uma profissão imprescindível, de que de sua ação no cotidiano se constrói o mundo em que se viverá. A imensa fé e crença de que sem professores uma sociedade não inventa médicos ou engenheiros, não faz surgir arquitetos ou mecânicos… O verdadeiro professor não pode ser guiado pela frieza de uma visão somente profana, mas também não pelo idealismo ingênuo de ser manipulado por sua crença autêntica...”.
A afirmação nos leva a refletir sobre a grandeza e a complexidade do papel do educador, sobre os desafios a que é submetido diariamente, sobre a necessidade de sua capacitação e atualização constantes, sobre a influência de suas ações e sobre a cautela necessária em sua atuação.

*Christiane D’Angelo Fernandes é educadora, coach e diretora-executiva do SINAL – Socialização da Infância e Adolescência Laborada; Maria Fernanda Souza é Pedagoga e Psicomotricista do SINAL

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Mensagens

FOLHA EM BRANCO

Certo dia eu estava aplicando uma prova, os alunos, em silêncio tentavam responder as perguntas com uma certa ansiedade. Faltavam uns 15 minutos para o encerramento e um aluno levantou o braço, se dirigiu a mim e disse: - Professor, pode me dar uma folha em branco? Levei a folha até sua carteira e perguntei por que queria mais uma folha em branco.

Ele respondeu: - Eu tentei responder as questões, rabisquei tudo, fiz uma confusão danada e queria começar outra vez. Apesar do pouco tempo que faltava, confiei no rapaz, dei-lhe a folha Em branco e fiquei torcendo por ele. Aquela sua atitude causou-me simpatia.

Hoje, lembrando aquele episódio simples, comecei a pensar quantas Pessoas receberam uma folha em branco, que foi a vida que DEUS lhe deu até agora, e só tem feito rabisco, confusões, tentativas frustradas e uma Confusão danada...

Acho que, agora, seria um bom momento para se pedir a DEUS uma folha Em branco; uma nova oportunidade para ser feliz. Assim como tirar uma boa nota depende exclusivamente da atenção e Esforço do aluno, uma vida boa, também depende da atenção que dermos aos ensinamentos do professor nosso DEUS.

Não importa qual seja sua idade, condição financeira, religião, etc...

Levante o braço, peça uma folha em branco, passe sua vida a limpo.

Não se preocupe em tirar 10 (dez), ser o melhor, preocupe-se apenas em Ter a simpatia do Mestre. Ele está mais interessado em quem pede ajuda, portanto, só depende de você.

Que o Senhor te abençoe, guarde a tua vida e te liberte de todo mal...

(Autor: Desconhecido)


CONFIE EM DEUS

Largue qualquer sombra do passado ao chão do tempo, qual a árvore que lança de si as folhas mortas? Não se ausente, diante da oportunidade de servir, pois, sentirá a mão de Deus. Mobilize o pensamento para criar vida nova, produzindo qualidades e aprimorando seus defeitos. Seja simpático e evite qualquer impulso de agressão. Se você pode ajudar, em auxílio de alguém, faça isso agora. Enriqueça seu vocabulário com boas palavras, que levante o outro.Aprendendo a escutar, você saberá compreender. A melhor maneira de extinguir o mal será substituí-lo com o bem.Viva o presente, agindo e servindo com fé e alegria sem afligir-se pelo futuro, porque, para viver amanhã, você precisará viver hoje. Habitue-se a sorrir. Não permita que a dificuldade lhe abra porta ao desânimo porque nela aprendemos a ser melhor.Ampare-se, amparando os outros. Abençoe as pessoas que encontrar. Nunca desconsidere o valor da sua dose de solidão, a fim de aproveitá-la em meditação e reajuste das próprias forças.Observe, todo o tempo, é tempo de DEUS para restaurar e corrigir, começar e recomeçar.

(Autor: Desconhecido)


SEMEADURA

Quem planta árvores, colhe alimento.

Quem planta flores, colhe perfume.

Quem semeia trigo, colhe pão.

Quem planta amor, colhe amizade.

Quem semeia alegria, colhe felicidade.

Quem planta a vida, colhe milagres.

Quem semeia verdade, colhe a confiança.

Quem semeia fé, colhe a certeza.

Quem semeia carinho, colhe gratidão.

No entanto, há quem prefira semear:

Tristeza e colher amargura.

Plantar discórdia e colher solidão.

Semear vento e colher tempestade.

Plantar ira e colher inimizade...

Plantar injustiça e colher abandono.

Somos semeadores conscientes,

Espalhamos diariamente milhões de

Sementes ao nosso redor.

Que possamos escolher sempre

As melhores, para que, ao recebermos

A dádiva da colheita farta,

Tenhamos apenas motivos para agradecer.

Que Jesus nos ensine a plantar a dádiva de evangelizar e a colher almas para Cristo.

(Autor: Desconhecido)

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Falar sobre sexo no ensino fundamental não é cedo demais

A informação é crucial para a prevenção de doenças

Até a década passada, as aulas de educação sexual nas escolas para alunos acima de 14 anos, era uma evolução da sociedade e na educação formal dos adolescentes. Mas essa realidade mudou, e muito, em pouco tempo e cabe a todos refletir como fazer, o que falar, como agir para que essa criança seja orientada adequadamente a partir dos 8 anos.
Os números assustam:
1) Desde o primeiro caso de AIDS no Brasil (1982) até a mais recente publicação do boletim epidemiológico das DST/AIDS (Brasil, 2007) houve um aumento da infecção na faixa etária entre 13 e 24 anos (54.965 casos - 10.337 entre 13 e 19 anos e 44.628 entre de 20 e 24 anos);
2) Apesar de raro, o Hospital Pérola Byngton (em São Paulo) tem registro de dois casos por ano de câncer de mama, entre adolescentes, na faixa etária entre 13 e 16 anos;
3) Pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística de 2006) mostra que a única faixa etária que apresentou aumento da fecundidade foi a de 15 a 17 anos (6,9% em 1996, para 7,6%, em 2006). Nordeste aumento de 1,2%; Sul aumento de 0,9%; Sudeste - menor proporção de adolescentes com filhos (5,6%), metade do percentual da região Norte (11,2%). Pesquisa de Registro Civil do IBGE - 2007 mostrou queda na gravidez de adolescentes de 15 a 19 anos - de 20,5% em 2006 para 20,1% em 2007. Assim, em cada cinco gestantes, uma é menor de 20 anos;
4) Segundo dados da Fundação Oswaldo Cruz, uma em cada quatro adolescentes (25%) sexualmente ativas está contaminada pelo HPV, número que sobe para 40% após 5 anos de vida sexual ativa. No Rio de Janeiro, segundo dados da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em parceria com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), 30% das mulheres sexualmente ativas carregam o vírus de HPV. Entre as adolescentes, esse número sobe para 50%.
De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (de 1990), em seu artigo 2º, considera-se criança, a pessoa até 12 anos de idade incompletos, e adolescentes entre 12 e 18 anos de idade.
Já o conceito de puberdade, caracterizado pela presença de caracteres sexuais secundários compatíveis com determinados parâmetros (escala de Tanner), que em 1990 acompanhava o padrão da adolescência, vem apresentando, nos últimos 20 anos, uma antecipação importante. Hoje, considera-se a puberdade precoce em meninas antes dos 8 anos de idade (até 9 anos é normal) ou em meninos antes dos 9 anos (até 10 anos é normal). Sendo que em 95% das mulheres o desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários ocorre entre 8,5 e 13 anos.
Cada vez mais, temos doenças de adultos aparecendo em crianças (obesidade, diabetes, hipertensão e alterações de colesterol e triglicérides). Esse assunto começa a gerar uma conscientização para uma mudança de comportamento (ainda não tão eficaz quanto o desejado), provocada pela antecipação de situações que antes só víamos mais tardiamente. Nossas crianças estão amadurecendo física e hormonalmente sem um suporte educacional, psicológico e até familiar adequado que permita que elas não "adoeçam" precocemente.
E essas "doenças" (gravidez na adolescência, HPV, câncer de mama, entre outras) trazem consigo, não só conseqüências individuais, mas carregam problemas sociais importantes, já comprovados por estudos como abandono precoce de escola (25% temporariamente e 17,5% de forma definitiva), risco de desemprego (70% - segundo a Fundação Oswaldo Cruz), mudança social, riscos de morte (parto e abortamento provocado em adolescentes) e de câncer (mama e colo de útero).
Até quando vamos esperar para tomar medidas mais eficientes e preventivas?
Poucas iniciativas isoladas começam a aparecer, mas sem grande abrangência. Por exemplo, podemos citar a vacinação contra HPV, para ser aplicada no sexo feminino, entre os 9 e os 26 anos de idade. Mas essa vacina ainda é muito cara e inacessível à maioria das jovens (três doses ao custo de cerca de R$ 300 a R$ 400,00 por dose).
Temos que investir na educação, na promoção à saúde. Prevenir ainda continua sendo melhor (mais barato e mais produtivo) do que remediar. Mas como agir? Quais as estratégias mais adequadas?
Não há como atingir as metas desejadas sem a participação de todos:
- Do governo: através de programas educativos, de acesso facilitado a bons serviços de saúde adequados, conforme estabelece o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA);
- Da escola: pela orientação sexual e de saúde, tanto para os professores quanto para os alunos
- Da sociedade: na fiscalização dos objetivos propostos;
- Da mídia: com campanhas educativas, evitando a erotização precoce das crianças;
- Dos pais e familiares: na abordagem mais aberta e acolhedora de seus filhos;
- Dos profissionais de saúde: com um preparo mais apropriado na orientação desse grupo de pacientes (por exemplo, pediatras orientando vacinação, cuidados de higiene, auto-exame de mamas e até anticoncepção);
- Dos próprios adolescentes: que não sejam apenas os receptores de toda essa informação, mas também agentes dessa mudança.
A idade mais adequada para essa informação e a metodologia aplicada ainda precisam ser mais aprofundadas, mas a hora é agora!

Dr. Moises Chencinski é médico pediatra e homeopata, autor dos livros "Homeopatia- mais simples do parece" e "Gerar e Nascer um canto de amor e aconchego": www.doutormoises.com.br